29/05/2008

Franco Escrevedor



Sou um franco escrevedor que gosta de explorar todas as possibilidades da palavra. Daí a diversidade de meus escritos que oscilam entre o popular e o clássico, a poesia e a prosa, o lírico e o filosófico, o religioso e o pornô-humorístico. Mas, ao contrário de Manuel Bandeira, não faço versos como quem morre, faço-os como quem brinca. Tampouco considero lutar com palavras a luta mais vã como nos ensina Drummond. Gosto mesmo é de jogar com elas, desafiá-las, brincar de esconde-esconde, pira-pora, boca-de-forno, perde-ganha...

Quando acerto a mão e ganho, vibro sozinho, em silêncio. Quando perco, parto pra outra, sem mágoa, nem rancor. São minhas amigas fraternas e aliadas poderosas. Com elas fabrico, quixotescamente, meu escudo e minha lança para investir contra os moinhos da insensibilidade humana. Adoro prendê-las na pequenina gaiola da Trova para ouvi-las cantar nos dias de chuva. Essa é a única maneira que encontrei para semear meus rastros pelos canteiros do mundo, fazendo minhas as sábias palavras de Luiz Otávio, Príncipe perpétuo dos trovadores brasileiros ao dizer em quatro linhas: “Meus sentimentos diversos / prendo em poemas pequenos: / quem na vida deixa versos, / parece que morre menos...”


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