27/05/2008

A Testemunha

Ao abrir a janela, manhãzinha, o avistei sentado no banco da calçada em frente ao apartamento onde eu morava. No rosto adolescente com ares de pernoite carregava um quê de familiar. Assim que me viu, levantou-se e fitou-me de um e ensaiou uns passos em direção ao prédio. Algo me dizia que eu deveria ir ao seu encontro. Calcei os sapatos e joguei a camisa nos ombros. jeito que tive a impressão de ser o objeto de sua espera. Retirou algo do bolso, olhou atentamente, tornou a olhar-me Venci os três lances da escada que me separavam da portaria e rumei ao encontro do jovem desconhecido. Mas, para minha surpresa, não mais o encontrei. No banco de pedra, um papel com o meu nome, endereço e uma velha fotografia onde eu me via ao lado de uma jovem mulher. Muda testemunha de uma aventura amorosa esquecida nas empoeiradas alcovas do Tempo.

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