Nunca a Lei de Murphy, aquela que afirma que “se algo pode dar errado, certamente dará”, foi aplicada em relação a minha pessoa com tanto rigor como nesta manhã de terça feira, dia 28 de fevereiro de 2012. Explico: tinha uma reunião marcada para as 10 horas no museu Emílio Goeldi, distante de casa, em situação normal, uns 15 minutos. Como precisava fazer umas cópias em papel couchê 180g., saí de casa às 8 horas, tempo suficiente para comprar o papel, tirar as cópias e chegar, com sobra de tempo, à reunião. Mas foi justamente aí que a maldita lei começou a conspirar contra mim: o ônibus demorou uns 10 minutos para passar e, para completar, os cinco semáforos existentes no percurso fecharam no exato momento de sua passagem. Mas até aí, nada de mais. Entrei na loja onde sempre compro o tal papel e fui informado pela balconista que só havia o de 120g. Corri a outra loja especializada em papel e fui informado que o dito cujo estava em falta. Desesperar, jamais! Entrei numa loja menor só por entrar, já que achava que lá mesmo é que não encontraria o que procurava. Para minha surpresa e alegria, não só havia a mercadoria como o preço era bem menor que nas lojas anteriores. Pedi dois maços e quando fui fazer o pagamento, cadê a carteira? Havia esquecido em casa. Pedi desculpas à moça do caixa, prometendo voltar mais tarde, o que não me livrou de ser fuzilado pelos olhos dela com um mudo “filho da puta!” Na casa do sem-jeito, corri para a parada de ônibus. Ainda havia tempo de pegar a carteira, comprar o papel e seguir para a reunião sem grandes atropelos. Mas a lei é clara em um de seus artigos: “Nada é tão ruim que não possa ser piorado”. Não deu outra: o ônibus que apanho havia acabado de passar. Tudo bem, pensei: a linha é bem servida de veículos e logo passará outro. Nova espera até o surgimento do “salvador da pátria”. Fiz sinal ao motora que me devolveu o gesto com o polegar para baixo, informando que estava “no prego”. Fazer o quê? Mais uns 15 minutos e surge um ônibus de outra linha que também me servia. Sim, eu disse servia se o motorista não estivesse correndo para “tirar a mãe da forca”. Simplesmente “queimou a parada” deixando eu e outros usuários a ver navios, ou melhor, a ver ônibus. Agora não havia mais tempo para comprar o bendito papel mas dava, ainda, para ir à reunião. Finalmente outro ônibus apareceu e pude chegar em casa. Da parada telefonei pedindo que alguém pegasse minha carteira para eu ganhar tempo. Mas lei é lei e está acabado: não havia viva alma em casa... O jeito foi abrir dois cadeados e uma porta, apanhar a carteira e correr para a reunião. Por sorte nem a Lei de Murphy está isenta de falhas. Já pensou se eu houvesse esquecido a chave dentro de casa? Desta vez os dois ônibus não atrasaram e cheguei ao museu em cima da hora. Para adiantar minha parte, achei de entrar pelo portão da travessa 9 de Janeiro, sendo barrado pelo guarda. Informei a ele que ia participar de uma reunião e ele me disse que não sabia de nada. Falou pelo aparelho com outro guarda que mandou ele se informar com outro departamento. Após checar a informação, falou-me que eu teria que entrar pelo portão da avenida Independência, esquina com a Alcino Cacela, distante dois quarteirões... Minha sorte é que nenhuma reunião no Brasil começa na hora. Depois de tudo isso, achei por bem fazer um abaixo assinado na tentativa de revogar tão perniciosa lei. Mas a quem encaminhar tal documento? Como a tal lei não é municipal, estadual nem federal, já que sua abrangência é universal, tudo ficou como dantes no quartel de Abrantes...
Nenhum comentário:
Postar um comentário