20/06/2008

De como o açaí deixou de ser veneno

Damuitas histórias do arco da velha que ouvi quando criança, no Cajary, gosto desta, contada pelo tio Tavino, que explica por que o açaí não faz mal a ninguém. Nem mesmo quando tomado azedo, de um dia pro outro, sem nenhum processo de conservação.

Tio Tavino afirmava, do alto de sua sabedoria cabocla, que o açaí “não era veneno por um grau”. E explicava:

- No tempo em que Nosso Senhor Jesus Cristo andava pelo mundo, passando um dia, em companhia de São Pedro, por baixo de um açaizeiro, encontrou vários caroços espalhados pelo chão. Curioso, apanhou um caroço e roeu.
Em seguida, cativado pelo sabor peculiar do fruto, resolveu abençoá-lo para que todos pudessem desfrutar de suas nutritivas qualidades. E foi assim, segundo o tio Tavino, que a partir daquele momento o açaí velho de guerra deixou de ser veneno.

Em minha infância de menino do interior, eu acreditava em tudo o que os mais velhos contavam. E ficava

imaginando Nosso Senhor Jesus Cristo, com suas longas vestes e pés descalços, andando pelas matas do Cajary sempre acompanhado do seu amigo Pedro. E era como se estivesse vendo o momento da bênção: O Divino Mestre agachado e proferindo as santas palavras com os lábios roxos de açaí...


E que assim seja para sempre. Amém!

2 comentários:

  1. Abraço por tio Tavinho e pro jesus de boca rôxa.

    Ei boto
    Eu boto aqui o meu botox escriturário
    Pra tentá corrigi minha ausência
    E transformar minhas palavra em coisa bunita.
    Só pra rimar !
    Tava te devendo uma visita.
    Pera aí !
    Boto é comedor de moças brejeira
    E num precisava do meu cajado de homem forgado.
    Mas, já que vim por essas riba
    Não vou deixá aprisionado nenhum pouco
    O meu pincel de versos.
    E pra pintá um afago em teus aposento
    Quero te dizer que nunca é tarde
    Pra saudá quem nos reinventa.
    Sumano boto,
    A cobra grande que se cuide
    Pois nossas música são de apertá o coração
    De qualquer ribeirinha boazuda e venenosa.

    Inté por hora, visse !

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  2. Axi porcaria, sumano! Fiquei todo pávulo por teres dado uma macuricada no remanso do boto velho.Mas condo já que essas cunhãs guentam uma cambada de palavras cheias de prosa na ilharga do ouvido. Mas quando já...

    Dia dixis a gente si isbarra numa curva quarqué dixe igarapé-açu que banha essa tar dé existênça...

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