Minha Amazônia
eu te quero tanto
que na ânsia louca
de defender-te
habito as noites
te boiunando
curupirando
teu sono e, assim,
com fios de insônia
teci meu manto
e fiz do pranto
cetro e coroa.
À meia-noite
virei meuã
e coroei-me
no alvorecer.
Rei sem vassalos
sem ouro e armas
rei de mim mesmo
para servir-te
com meu cantar!
De sonho e palha
fiz meu castelo
e de incertezas
meu amanhã.
Em vez de escudo
trago no peito
um mandingueiro
muiraquitã.
Sigo a galope
rumo as origens
no dorso alado
da Estrela D’alva.
Do mesmo barro
que no princípio
Deus fez o Homem,
em meus delírios
de soberano
fiz meu brasão.
Depois que tudo
for consumado
quando somente
restar o Verbo
da Criação,
junto estaremos
brasão e homem
unificados
no pó sagrado
deste rincão!
Nenhum comentário:
Postar um comentário